Abada-Capoeira DC Brazilian Arts Center |
|
|
CD – Boa Voz (1) Homenagem a Zumbi dos Palmares (Boa Voz) Por quem chora o berimbau (Boa Voz) O capoeira e o pescador (Boa Voz) A capoeira e o cantador (Boa Voz) Berimbau mandou benzer (Esquilo e Brucutu) Viola de Valdemar (Esquilo e Bobô) Respeite o tempo menino (Boa Voz) O velho e o menino (Boa Voz e Leo Filho)
Homenagem a Zumbi dos Palmares (Boa Voz)
Angola terra dos meus ancestrais, Angola Angola êêê terra dos meus ancestrais, Angola De onde veio à capoeira angola Do toque do berimbau, Angola E vivia no Quilombo O valente rei Zumbi Guerreiro de muitas lutas Por seu povo sofredor Foi general de batalha Sem patente militar Inteligência e coragem Não lhe podiam faltar Ele nasceu no Quilombo Porém foi aprisionado Criado por Padre Antônio Francisco foi batizado Aprendeu língua de branco Mas não se subordinou Dentro dele era mais forte O seu “eu” de lutador Fugindo para Palmares Ganga Zumba o recebeu O Quilombo estava em festa Viva Zumbi Ganga o rei Foi quando tudo mudou Até vir a traição Mataram Zumbi guerreiro Sem nenhuma compaixão Seu nome será lembrado Para sempre na história Força de espírito presente Não nos saia da memória
Iê, viva meu Deus Iê, viva Zumbi. Iê, viva meu Mestre. Iê, a capoeira. Iê, viva Deus do céu. Iê,salve a Bahia.
Chamado de Angola (Boa Voz)
Chama eu, chama eu Chama eu, Angola chama eu
Chama eu, chama eu Chama eu, Angola chama eu
Numa viagem pra África Oi numa viagem pra África O meu mestre esteve lá Em busca dos fundamentos Da nossa capoeira Ô chama eu Chama eu, chama eu Chama eu, Angola chama eu
Vi falar do embondeiro Que faz casa pra morar Falar dos negros cuanhama É uma tribo que tem lá Ô chama eu Chama eu, chama eu Chama eu, Angola chama eu
O dinheiro é o kuanza O Qimbundo é pra falar Capoeira vai crescendo Bassula pra derrubar Ô chama eu Chama eu, chama eu Chama eu, Angola chama eu
Canta Dionísio Rocha Diferente no cantar O povo diz pagimne Pedindo paz pro lugar Ô chama eu Chama eu, chama eu Chama eu, Angola chama eu
Muchima é coração Que bate forte ao chegar Parece que diz baixinho Me leve um pouco pra lá Ô chama eu Chama eu, chama eu Chama eu, Angola chama eu
Cabeçada é quitunga Luanda é a capital Atabaque é ningoma Hungo vira berimbau Ô chama eu Chama eu, chama eu Chama eu, Angola chama eu
Negro nascido na terra Não pode no chão pisar Pode ser campo minado A guerra ainda ta lá Ô chama eu Chama eu, chama eu Chama eu, Angola chama eu
O tempo lá vai rolando Quem manda em mim é Deus Quando ele me abençoar Eu vou lá te conhecer Ô chama eu Chama eu, chama eu Chama eu, Angola chama eu
Por quem chora o berimbau (Boa Voz)
Avô meu, negro de Angola Avô meu, berimbau chora
Avô meu, negro de Angola Avô meu, berimbau chora
Ele chora de saudade Por aqui não volta mais E nos tempos de criança Ele nunca teve paz Avô meu, negro de Angola Avô meu, berimbau chora
Berimbau falou pra mim Menino que bom te ver De Valdemar tem saudades Que pena que ele morreu Avô meu, negro de Angola Avô meu, berimbau chora
Também chora por Pastinha Mas nada pôde fazer Só tirar melancolia Enquanto ele viveu Avô meu, negro de Angola Avô meu, berimbau chora
Chora pela capoeira Que poucos sabem entender Quanta coisa ela ainda tem De bom pra mim e você Avô meu, negro de Angola Avô meu, berimbau chora
Tomara que o berimbau Um dia pare o lamento Se esqueça do sofrimento Pra capoeira vencer Avô meu, negro de Angola Avô meu, berimbau chora
O capoeira e o pescador (Boa Voz)
Maré me leva ê, maré me traz Maré me leva ê, maré me traz
Maré me leva ê, maré me traz Maré me leva ê, maré me traz
A vida do capoeira É como a do pescador A onda balança o barco E a ginga o jogador Maré me leva ê, maré me traz Maré me leva ê, maré me traz
À noite olho as estrelas Para me orientar Bom Jesus dos navegantes É quem me guia pelo mar Maré me leva ê, maré me traz Maré me leva ê, maré me traz
O vento soprou nas velas Carregando a minha nau Na roda de capoeira Quem me guia é o berimbau Maré me leva ê, maré me traz Maré me leva ê, maré me traz
Às vezes a pesca é boa Às vezes o jogo é bom Mas quando nada dá certo Eu volto a tentar então Maré me leva ê, maré me traz Maré me leva ê, maré me traz
Na rede vem a traíra Um peixe que morde a mão Na roda brilha a navalha E o cinco Salomão Maré me leva ê, maré me traz Maré me leva ê, maré me traz
Mandinga de Angola (Boa Voz)
Lá vem menino vem ver Lá vem menino vem ver Pra depois você contar Como foi que aconteceu Vem menino vem ver
Lá vem menino, vem ver Lá vem menino, vem ver
Pra depois você contar Como foi que aconteceu Traíra chegou primeiro Agachou no berimbau Do outro lado Cobra Verde Que respondeu ao sinal Vem menino vem ver
Pra depois você contar Como foi que aconteceu Um jogo impressionante Que ninguém viu nada igual Era um jogo mandingado Da forma tradicional Vem menino vem ver
Pra depois você contar Como foi que aconteceu Um bailado perigoso Mas tudo com muita calma Tinha o Dentinho de Angola Que era pra assombrar a alma Vem menino vem ver
Pra depois você contar Como foi que aconteceu Meia-lua de compasso Cabeçada voadora Rasteira, rabo-de-arraia E uma famosa tesoura Vem menino vem ver
Pra depois você contar Como foi que aconteceu Enquanto o tempo passava Parecendo não ter fim Outra dupla se agachava E o jogo rolava assim Vem menino vem ver
Casa de caboco (Boa Voz)
Ora-ê-ê, orá-ê-ê No caminho da matamba Quero ver você pisar
Ora-ê-ê, orá-ê-ê No caminho da matamba, Mandingueiro não vai lá
Meu amigo capoeira Ouça o que eu vou lhe falar Do jogo da traição Você tem que se guardar Ora-ê-ê, orá-ê-ê No caminho da matamba Quero ver você pisar
Come contigo na mesa Dorme levanta contigo Veja lá meu mano velho Pode ser teu inimigo Ora-ê-ê, orá-ê-ê No caminho da matamba Quero ver você pisar
De tudo se faz na vida Pra ajudar a um companheiro Da-se a mão ao camarada Ele quer seu braço inteiro Ora-ê-ê, orá-ê-ê No caminho da matamba Quero ver você pisar
Você passa numa rua Sem nada desconfiar Mas existe mal olhado Querendo te derrubar Ora-ê-ê, orá-ê-ê No caminho da matamba Quero ver você pisar
A resposta a isso tudo Tá dentro do coração Onde mora o amor de Deus Não existe traição Ora-ê-ê, orá-ê-ê No caminho da matamba Quero ver você pisar
Estórias de Baraúna (Boa Voz)
Baraúna caiu Baraúna caiu, meu pai Baraúna caiu, meu pai Baraúna caiu
Baraúna caiu Baraúna caiu, meu pai Baraúna caiu, meu pai Baraúna caiu
Baraúna caiu, Baraúna caiu, meu pai Baraúna caiu, foi meu mestre Quem derrubou, baraúna
Estória de baraúna É cantada em prosa e verso Já diziam os mais antigos Nas rodas dos velhos mestres Baraúna
Madeira de baraúna Difícil de derrubar Mas no jogo de mandinga Baraúna vai tombar Baraúna
Pra quem diz que o capoeira É difícil de cair É mentira camarada O meu mestre me disse assim, baraúna
Rodas na praça (Boa Voz)
Saudades das rodas na praça Onde eu via meu mestre jogar São Beto Grande, Benguela, Santa Maria Capoeira ia e vinha Sem ter hora pra parar
São Bento Grande, Benguela, Santa Maria Capoeira ia e vinha Sem ter hora pra parar
Amigo meu me responde aí, me responde aí O que eu vou contar
Amigo meu me responde aí, me responde aí O que eu vou contar
Você se lembra parece até lenda As rodas na Penha, mas nós tava lá
Você se lembra parece até lenda As rodas na Penha, mas nós tava lá
Sou testemunha destes tempos idos Fiz esse corrido Que é pra nós lembrar Saudades Saudades das rodas na praça Onde eu via meu mestre jogar São Bento Grande, Benguela, Santa Maria Capoeira ia e vinha Sem ter hora pra parar
São Bento Grande, Benguela, Santa Maria Capoeira ia e vinha Sem ter hora pra parar
Por trás da mata Quando escurecia A lua surgia pra clarear
Por trás da mata Quando escurecia A lua surgia pra clarear
Era o sinal que ao findar do dia Berimbau dizia que era pra acabar Meu coração que ainda acalenta Hoje se lamenta ao ouvir cantar. Saudades...
A capoeira e o cantador (Boa Voz)
Eu passava numa rua Quando alguém me parou Ouvi falar de você É o tal de cantador É cantador É cantador
É cantador É cantador
Quero que tu me responda Usando suas palavras O que é a capoeira Do fundo de sua alma É o meu céu, É o meu mar A luz das estrelas E o brilho do luar
É meu céu, É meu mar A luz das estrelas E o brilho do luar
É muito mais do que isso Ela é o meu viver Se eu canto é pra contar O que você quer saber É meu céu, É meu mar A luz das estrelas E o brilho do luar
Quando ouço um berimbau E um canto bem entoado Meu coração se alegra Deixo as tristezas de lado É meu céu, É meu mar A luz das estrelas E o brilho do luar
E vai muito mais além É minha filosofia É o meu jeito de ser Enquanto eu tiver vida É meu céu, É meu mar A luz das estrelas E o brilho do luar
Não me demoro falando Bem simples dessa maneira Não existe nesse mundo Nada igual a capoeira É meu céu, É meu mar A luz das estrelas E o brilho do luar
Berimbau mandou benzer (Esquilo e Brucutu)
Lá, lá e lá Lê, lê Mandinga de Angola, Berimbau mandou se benzer Ê, ê, ê, berimbau mandou se benzer
Ê, ê, ê, berimbau mandou se benzer
Capoeira é malícia e mandinga Mantendo sua tradição E reza pra todos os santos E aos seus orixás pedindo proteção Ê, ê, ê, berimbau mandou se benzer
Agachado ao pé do berimbau Ele fez o sinal da cruz Capoeira é sua estrela guia É ela que te conduz Ê, ê, ê, berimbau mandou se benzer
Berimbau é quem comanda o jogo Seus rostos como cazumbá O negro tem corpo fechado Pois leva seu patuá Ê, ê, ê, berimbau mandou se benzer
No ar há desejo de briga Os olhos não vão desviar E no canto do mandingueiro Cantigas de provocar Ê, ê, ê, berimbau mandou se benzer
O aperto de mão é manhoso Sem saber como vai terminar O que é certo na volta do mundo É que vão se encontrar Ê, ê, ê, berimbau mandou se benzer
A saga do cantador (Boa Voz)
Menino fique sabendo, ô iaiá O peso de um cantador É responsabilidade De verdade sim senhor Não é só gritar iê E abrir a boca pra cantar É coisa que vem de dentro Dada por meu Deus, meu Pai Tem que passar energia, ô iaiá E saber contagiar Falar de coisa bonita E também fazer chorar Estrela brilha no céu, ô iaiá Mas não brilha como o sol Nosso sol é nosso mestre Que devemos respeitar Por isso se algum dia, meu Deus Você não me ouvir cantar Por favor colega velho Não fique zangado não É que esse não é o meu dia o iaiá Me desculpe meu irmão E saiba que o trago sempre Dentro do meu coração Camará
Iê, viva meu Deus Iê, viva meu mestre Iê, a capoeira Iê, salve a Bahia Iê, viva o Rio de Janeiro Iê, salve o Brasil
Viola de Valdemar (Esquilo e Bobô)
Lê lê lê lê lê lê Lê lê lê lê lê lê Lê lê lê lê lê lê Lê lê lê lê lê lê
Lê lê lê lê lê lê Lê lê lê lê lê lê Lê lê lê lê lê lê Lê lê lê lê lê lê
Eu fui na Bahia pra tocar Berimbau do Mestre Waldemar Eu fui na Bahia pra tocar
Minha viola Que eu não canso de tocar Quando bate uma saudade De Mestre Waldemar Eu fui na Bahia pra tocar
Eu fui na Bahia pra tocar
Cada toque um lamento Parecia solidão Waldemar levando a vida Como um simples artesão Eu fui na Bahia pra tocar
Eu fui na Bahia pra tocar
E hoje eu digo a vocês E recordo a todos nós Que quem tem um berimbau De Waldemar é o Boa Voz Eu fui na Bahia pra tocar
Eu fui na Bahia pra tocar
Só restaram as histórias Que o tempo não apaga mais Cantando na Liberdade E também na Pero Vaz Eu fui na Bahia pra tocar
Eu fui na Bahia pra tocar
Antigamente (Boa Voz)
Eu dei, eu dei, eu dei, eu dei Eu dei um nó no rami do berimbau
Eu dei, eu dei, eu dei, eu dei Eu dei um nó no rami do berimbau
Que eu sou do tempo que dobrão era dinheiro E com uma pedra se tocava um berimbau E a alegria do negro acorrentado Era só a capoeira depois do canavial Eu dei, eu dei, eu dei, eu dei Eu dei um nó no rami do berimbau
Mudaram mesmo até o nome dos santos Pra esconder a verdade do senhor Corpo fechado era chamado feitiço Diziam pára com isso, que aí lá vem o feitor Eu dei, eu dei, eu dei, eu dei Eu dei um nó no rami do berimbau
Ainda me lembro quando alguém tava doente Não tinha médico, só um velho rezador Ia pro mato, trazia raiz-de-pau O doente levantava sem precisar de doutor Eu dei, eu dei, eu dei, eu dei Eu dei um nó no rami do berimbau
Já não se faz mais como antigamente Houve a quebra das correntes, Mas de pouco adiantou Pois foi Zumbi, no Quilombo dos Palmares Grande a sua valentia, que o seu povo libertou Eu dei, eu dei, eu dei, eu dei Eu dei um nó no rami do berimbau
Respeite o tempo menino (Boa Voz)
Tu não sabe andar, já quer correr Cuidado moço pro mundo não lhe bater
Tu não sabe andar, já quer correr Cuidado moço pro mundo não lhe bater
Eu nunca vi dá rasteira Sem ginga sem base boa Só com muito treinamento Pra não dá o golpe à toa Tu não sabe andar, já quer correr Cuidado moço pro mundo não lhe bater
Quem tem telhado de vidro Não joga pedra pro ar Pedra em cachorro morto Nunca vi ninguém jogar Tu não sabe andar, já quer correr Cuidado moço pro mundo não lhe bater
Vê você a capoeira Que sempre nos aceitou Não importa meus defeitos Nunca me diz não senhor Tu não sabe andar, já quer correr Cuidado moço pro mundo não lhe bater
Os bambas da capoeira Começaram no A B C Mas sempre com a consciência Que ainda têm o que aprender Tu não sabe andar, já quer correr Cuidado moço pro mundo não lhe bater
O calado é vencedor Perguntar nunca é demais Humildade não é talento Pra quem quer viver em paz Tu não sabe andar, já quer correr Cuidado moço pro mundo não lhe bater
Afobado come quente Diz o dito popular Eu digo na capoeira Que um dia eu chego lá Tu não sabe andar, já quer correr Cuidado moço pro mundo não lhe bater
O velho e o menino (Boa Voz e Leo Filho)
No terreiro lá de casa Eu vi chegar Um velho e um menino Que aqui eu vim contar
No terreiro lá de casa Eu vi chegar Um velho e um menino Que aqui eu vim contar
O velho um ancião Perto dos setenta anos O menino um rapazola Lá pelos seus doze anos No terreiro lá de casa Eu vi chegar Um velho e um menino Que aqui eu vim contar
O velho disse menino Vim aqui pra te ensinar Tu faz parte do futuro Da nossa capoeira No terreiro lá de casa Eu vi chegar Um velho e um menino Que aqui eu vim contar
Vento forte e calmaria Você vai ter que enfrentar Mas sendo um bom capoeira Você vai sempre passar No terreiro lá de casa Eu vi chegar Um velho e um menino Que aqui eu vim contar
Terminando essa conversa Pude ver os dois jogar O Mestre sempre ensinando O aluno a pelejar No terreiro lá de casa Eu vi chegar Um velho e um menino Que aqui eu vim contar
Mas não levou muito tempo A visão já se desfaz Se esses dois são quem eu penso Hoje o menino cresceu e O velho descansa em paz No terreiro lá de casa Eu vi chegar Um velho e um menino Que aqui eu vim conta
Sinhá Dona (Boa Voz)
A vida do capoeira Tá precisando mudar Ele quer contar com a ajuda Da Sinhá dona do lar
Ê mulher Tu tá marcando bobeira Eu não conheço gaiola Que segure capoeira
Ê mulher Tu tá marcando bobeira Eu não conheço gaiola Que segure capoeira
Ele te ama Do fundo do coração Mas junto da capoeira Sua primeira paixão Ê mulher Tu tá marcando bobeira Eu não conheço gaiola Que segure capoeira
Ele é como passarinho Livre e solto pelo ar Seu coração lhe carrega Pra onde o berimbau mandar Ê mulher Tu tá marcando bobeira Eu não conheço gaiola Que segure capoeira
E até lá na prisão Pra tudo ele dá jeito Ensina pro delegado E tudo fica direito Ê mulher Tu tá marcando bobeira Eu não conheço gaiola Que segure capoeira
Se tu quer ficar com ele Escute vou lhe dizer Paciência e respeito Faz parte do bem querer Ê mulher Tu tá marcando bobeira Eu não conheço gaiola Que segure capoeira
E você que é capoeira E o namorado não é Não te deixa ir nas rodas Segurando no seu pé Ê mulher Tu tá marcando bobeira Eu não conheço gaiola Que segure capoeira
Ouça bem o meu conselho Que é para bem viver Saiba mais da capoeira Que você vai lhe entender Ê mulher Tu tá marcando bobeira Eu não conheço gaiola Que segure capoeira
Fazendo versos (Boa Voz)
Fazendo versos eu já venho há muito tempo Valei-me Deus, nesse momento
Fazendo versos eu já venho há muito tempo Valei-me Deus, nesse momento
Letras sem pé nem cabeça Começa pelo final Não importa, colega velho Quem manda é o berimbau Fazendo versos eu já venho há muito tempo Valei-me Deus, nesse momento
Inspiração é coisa que só Deus dá É coisa que tem mistério Ninguém sabe explicar Fazendo versos eu já venho há muito tempo Valei-me Deus, nesse momento
Aprende a rimar com A, Aprende a rimar com B Respeitando os fundamentos Pro mundo ouvir você Fazendo versos eu já venho há muito tempo Valei-me Deus, nesse momento
Ouvi Mestre Waldemar Traíra e Cobrinha Verde João Grande e João Pequeno Caiçara e Mucungê Fazendo versos eu já venho há muito tempo Valei-me Deus, nesse momento
Não é sempre que se entende O que eles querem dizer Mas arrepia o seu corpo E faz teu sangue ferver Fazendo versos eu já venho há muito tempo Valei-me Deus, nesse momento
Ingratidão (Boa Voz)
Quati sozinho na mata É papá de onça Quati sozinho na mata É papá de onça
Quati sozinho na mata
É papá de onça
Quati sozinho na mata
É papá de onça
Quando o quati tá no bando Põe a onça pra correr Mas quando ele tá sozinho Ele vira de comer Quati sozinho na mata
Quati sozinho na mata
Ontem tu não era nada Hoje o Mestre fez você Cuidado quati ingrato Que a onça vai te comer Quati sozinho na mata
Quati sozinho na mata
Esse canto é um aviso Pra você capoeirista Respeite sempre o seu Mestre Que te prepara pra vida Quati sozinho na mata
Quati sozinho na mata
Bicho ingrato é coisa feia Depois que caiu na rede Só resta aos seus companheiros Por o couro na parede Quati sozinho na mata
Quati sozinho na mata
Na vida tem coisas tristes Mas também tem alegrias No jogo da capoeira Preze a sua parceria Quati sozinho na mata
Quati sozinho na mata
Canto de saída (Boa Voz)
Ê, ê, ê, sinhá Ê, ê, ê, sinhô Dá licença minha gente Que agora eu já me vou
Ê, ê, ê, sinhá Ê, ê, ê, sinhô
Dá licença minha gente Que agora eu já me vou
Já aconteceu de tudo Todo mundo já jogou E até minha violinha Que falava já parou
Dá licença minha gente Que agora eu já me vou
Eu já joguei angola Benguela e regional Pois então chegou a hora De guardar meu berimbau
Dá licença minha gente Que agora eu já me vou
Já teve até jogo duro Jogador já se testou Mandingueiro e cantador Na roda já se encontrou
Dá licença minha gente Que agora eu já me vou
Jogo bonito e ligeiro A iúna já mostrou Teve angola com mandinga E jogo que se embolou
Dá licença minha gente Que agora eu já me vou
|